Machava, Matola — Um grave caso de violência contra uma menor está a chocar a comunidade escolar e local no município da Matola. A Polícia da República de Moçambique (PRM) deteve, recentemente, um grupo de rapazes com idades entre os 14 e 15 anos, por estarem envolvidos num acto de violência baseado no género, que foi registado em vídeo e partilhado nas redes sociais.
Tanto os jovens detidos como a vítima são alunos da Escola
Básica KM15, localizada na zona da Machava. O vídeo que circula nas redes
sociais mostra imagens sensíveis e comprometedoras que violam a privacidade e
os direitos fundamentais da vítima, uma menina de 14 anos.
As autoridades policiais, através da Quinta Esquadra da PRM
na Machava, estão a tratar o caso com máxima prioridade e já abriram um
processo de investigação. Os envolvidos, embora sejam menores, poderão
responder dentro dos parâmetros estabelecidos pela Lei de Promoção e Proteção
dos Direitos da Criança.
As Escolas Devem Proteger, Não Silenciar
Este episódio levanta um debate urgente sobre a segurança
das raparigas dentro das instituições de ensino. A escola, que deve ser um
lugar de crescimento, segurança e desenvolvimento, torna-se por vezes um espaço
onde as meninas enfrentam medo, assédio e humilhação – muitas vezes por parte
de colegas que partilham com elas os mesmos bancos, uniformes e recreios.
A normalização de comportamentos desrespeitosos e a ausência
de ações educativas consistentes contribuem para o agravamento deste problema.
Fala-se pouco, denuncia-se menos, e o silêncio vai protegendo agressores e
deixando vítimas desamparadas.
Chamado à Ação: Educar para Respeitar
É urgente que escolas, famílias e comunidades reforcem os
mecanismos de proteção às crianças e adolescentes. A educação deve ir além do
conteúdo académico: precisa ensinar empatia, respeito, e igualdade de género
desde cedo.
Campanhas de sensibilização, formação de professores,
criação de espaços seguros para denúncia e apoio psicológico são passos
fundamentais. E é essencial que os agressores sejam responsabilizados de forma
pedagógica e legal, independentemente da idade, para que compreendam a
gravidade dos seus atos.
Até Quando Vamos Fingir Que Não Está Acontecer?
A violência contra raparigas nas escolas não é nova — o que
muda são as formas como a sociedade decide lidar com ela. Este caso não pode
ser apenas mais um número ou mais um vídeo partilhado.
É uma chamada de atenção clara: as nossas meninas precisam de proteção, e
precisam agora.
O uniforme escolar não deve esconder o perigo.
Deve ser símbolo de esperança, não de medo.
Este artigo utiliza nomes fictícios e evita descrições
explícitas para proteger a identidade e a dignidade da vítima. Se tiveres
interesse, posso criar materiais de apoio para sessões de consciencialização em
escolas ou comunidades.